domingo, 6 de maio de 2012

Ler no digital


O digital oferece-nos múltiplas oportunidades de expressão, de dar novas formas à criatividade de cada um, concedendo-nos fontes de informação rápidas, diversificadas e em múltiplas plataformas. Os ebooks são um instrumento interessante para fazer o transporte de conteúdos significativos de informação, de um modo mais fácil, mais transportável. Não é fácil quando se vive dentro de uma conjuntura imaginar o que a estrutura social e cultural de uma sociedade evoluirá.

Não será difícil aceitar que os ebooks, como forma de transportar e ler informação terá um crescimento significativo e será utilizado por uma grande massa de utilizadores. Para nós, neste momento a leitura num leitor específico, (Itunes/kindle/Ipad) não é o que mais nos importa numa biblioteca. Se a biblioteca precisa de ser um espaço que oferece recursos, que disponibiliza um conjunto alargado de formas e métodos de promover a aprendizagem formativa, chegar a públicos de uma forma mais cativante é o seu grande objeto.

É necessário saber como estão a ser aplicadas as ferramentas digitais no sistema educativo. Novas ferramentas em sistemas educativos, organizados de forma centralizada e hierarquizados limitará o que mais importa, a criatividade e a inteligência. Podem os ebooks, pela sua leitura fazer-nos encontrar livros que não conhecemos? Apreendemos os conceitos desfolhando um livro de papel, do mesmo modo que o ebook o poderá fazer?

Considerar um download em PDF no Issuu, ou no Scribd como uma forma de divulgar a informação é uma possibilidade de trabalho e de diferenciar a informação. O ebook como forma generalizada de leitura tenho sérias dúvidas, pois o livro, como a maior invenção do espírito humano necessita do tempo e do silêncio para ser aquilo que Borges lhe reconhecia de uma forma única, " único objecto que é uma extensão do nosso corpo" e que por si só alimenta como nenhum outro a imaginação.

Precisamos de cultivar o que temos construído, como os catálogos conjuntos, a circulação do livro como objeto, a respiração dessas palavras, que são uma contínua conversação e não estar sempre dependentes de contínuas novidades que nos fazem tentar a ubiquidade sem que sejamos relacionais com os que nos rodeiam. É também uma visão de sociedade que importa analisar com a utilização que fazemos do digital.


Imagem (Via Bibliocomics)

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