terça-feira, 10 de abril de 2012

Práticas educativas e o digital

Numa formação de Web 2.0 faz todo o sentido pensar e reflectir sobre que relações podemos estabelecer entre as práticas educativas e o uso das ferramentas digitais. Apesar de todo o conhecimento acumulado nós, como sociedade não temos a mínima noção sobre o que nos trará o futuro da educação. Não sabemos que organização funcional terão as profissões no anos adiante, nem que tipo de evolução económica viveremos. Temos, pois na educação, como na sociedade uma imensa imprevisibilidade. Apesar de tudo, sabemos algumas coisas.

Sabemos que as tecnologias digitais são um suporte às transformações sociais e culturais que vamos vivendo. Sabemos que estas ferramentas favorecem a comunicação e alargam as possibilidades formativas dos alunos. Sabemos que a educação e o trabalho se desenvolvem em quadros colaborativos, de construção pessoal de identidades e de afirmação de suportes criativos. Mas há questões a colocar.

É necessário perguntar, que relação temos entre o uso das tecnologias educativas e o sucesso nos resultados escolares, na pluralidade das aprendizagens? Esta questão conduz-nos à questão essencial, está o digital a transformar o currículo e a qualidade do aprender na escola? Que implicação na aprendizagem e nos métodos tiveram programas como o PTE ou o E-Escolas? Foram mais que infraestruturas tecnológicas? Estavam suportadas pela motivação simbólica de pensar os conteúdos da aprendizagem também pelos necessários resultados escolares?

E uma última questão essencial. Houve envolvência da gestão das escolas/agrupamentos pela necessária liderança de projectos educativos que vissem nelas, oportunidades de aprendizagem, formas diferenciadas de construir conhecimento em suportes novos de expressão de valor e de capacidade? Houve o sentido de utilizar o digital como modo de comunicar na escola e com o meio social e cultural que a rodeia?

Estas são questões que nos mostram que as práticas educativas no digital são um meio que carece de entusiasmo, vontade e criatividade que entre nós estão muito longe de uma aproximação ao essencial, para que sejam ferramentas de transformação. Sem conteúdo simbólico, as ferramentas digitais serão uma vista agradável, interessante, uma espécie de "Peter Pan" do nosso deslumbramento, mas pouco acrescentarão à necessária possibilidade de aprender e participar numa sociedade dominada pela informação.

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